Amizade, Aristóteles, Formação de Grupos.
Este estudo investiga a aplicação da teoria da amizade de Aristóteles na formação de grupos entre estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Cívico-Militar Professor Francisco Villanueva, em Rolândia. A pesquisa, de caráter exploratório, utilizou métodos quantitativos e qualitativos com o objetivo de identificar os tipos de amizade predominantes e sua influência na formação de grupos nos contextos escolar, de lazer e social. Foram aplicados dois questionários a 100 estudantes: o primeiro buscou identificar a preferência dos alunos pelo tipo de amizade ideal, enquanto o segundo focou em identificar quais características são mais importantes na formação de grupos. Os resultados indicaram que, embora muitos estudantes valorizam a amizade por virtude – baseada em admiração mútua e princípios morais – como escolha ideal, a amizade por prazer foi a mais destacada nos contextos de lazer e social. Este achado está em conformidade com a teoria aristotélica, que sugere que este tipo de amizade predomina entre os jovens, dada a natureza mais volátil e emocional deste grupo. A amizade por utilidade mostrou-se menos prevalente, sendo mais comum em contextos que exigem cooperação pragmática, como o ambiente escolar. A pesquisa confirma a atualidade dos conceitos aristotélicos sobre amizade e oferece importantes insights para educadores interessados em promover um ambiente escolar mais inclusivo e colaborativo, capaz de incentivar o desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis. A fase seguinte do projeto incluiu a apresentação dos resultados para a amostra estudada em aula interativa, com análise das respostas e feedbacks coletados, além de uma revisão bibliográfica sobre os conceitos investigados. Essa revisão buscou entender melhor a divergência entre as preferências pessoais e as escolhas práticas de amizade à luz da teoria da Modernidade Líquida de Bauman, propondo uma discussão sobre a influência das relações sociais na formação de grupos no mundo contemporâneo.