Saúde Masculina, negligência, machismo.
Historicamente, o homem sempre foi visto como mais forte que a mulher, e essa visão é fruto do que chamamos de patriarcado, um sistema social em que homens detêm as relações de poder, sendo deles as decisões relacionadas à política e moral, mantendo seus privilégios e autoridade. É possível afirmar que essa mesma ideologia não prejudica apenas o sexo feminino. Ao conferir superioridade aos homens, estes evitam mostrar vulnerabilidade e negligenciam a própria saúde, subestimando a importância da prevenção e cuidados preventivos. Em muitas culturas, os homens são ensinados desde cedo a reprimir emoções e a mostrar bravura diante da dor, o que pode levá-los a ignorar sintomas de doenças ou a adiar a busca por cuidados médicos. Nesse sentido, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde, a presença da mulher ou dos filhos influenciou a decisão de 70% dos homens que buscaram atendimento médico. Além disso, mais da metade desses pacientes adiou a consulta, resultando no diagnóstico de doenças em estágios avançados. Pela necessidade de parecerem fortes, eles preferem não ir ao médico e não fazer exames para não demonstrar fragilidade. O objetivo geral deste trabalho foi compreender os impactos do machismo na negligência da saúde masculina no Brasil. Os objetivos específicos foram identificar e especificar com dados como tal estigma afeta a qualidade e expectativa de vida do público alvo. Quanto à metodologia, utilizamos duas vias metódicas: quantitativa e qualitativa. Para tanto, passamos questionários anônimos a homens entre 20 – 50+ anos do Vale do Paraíba -SP. A partir dos resultados dos questionários, concluiu-se que a saúde desse grupo está diretamente ligada com questões básicas da vida cotidiana, como ir ao médico em rotina, fazer exames e se medicar corretamente. Independente da escolaridade, homens com mais de 50 anos têm um comportamento negligente em relação à saúde.