QUE HISTÓRIA É ESSA? DESOBEDIÊNCIAS EPISTÊMICAS EM PROL DA LUTA DECOLONIAL
2024-2242.jovemA História do Brasil é permeada de construções fictícias que nos fazem conhecer fatos pela perspectiva eurocêntrica e desconhecer acontecimentos “varridos para debaixo do tapete historiográfico”. Realizamos uma pesquisa e prática de divulgação científica que visa problematizar conceitos adjacentes ao multiculturalismo e decolonialidade. Criamos o Multi +, um livro caixa que nos convida ao exercício reflexivo acerca da nossa participação enquanto entes críticos do corpo social, protagonistas.
Palavras-chave
Multiculturalismo, Decolonialidade, Divulgação Científica.
Resumo Científico
O questionamento “Que história é essa?” inserido no título do trabalho visa instigar dúvidas que cerceiam nossa constituição histórica, problematizar acerca do multiculturalismo, decolonialidade e outros conceitos adjacentes. Este trabalho, configura uma pesquisa com experiência de divulgação científica que nos convida a conhecer um outro viés histórico, para além das narrativas oficialmente aceitas, nos convida a despertar do sono hipnótico que nos faz aceitar passivamente a história narrada pela perspectiva eurocêntrica. Pois acreditamos que fomentar saberes relativos à história do Brasil configura uma importante frente da luta decolonial, uma vez que favorece que outras “vozes” ecoem no processo de retratar acontecimentos históricos, onde povos que passaram por processos de opressão (como nós, brasileiros) possam ter seu espaço de fala restituído para participar ativamente das narrativas da própria história. Percebemos que poucas vezes somos convidados a pensar de forma crítica sobre nossa constituição histórica. Quando afirmamos que “os povos indígenas” e “os afrodescendentes” precisam ter o direito de ocupar um locus de respeito na sociedade, cargos públicos, participação ativa na política, não nos questionamos sobre quem somos “nós”. Os colonizadores? Há incoerências que não podem continuar perpetrando no âmbito historiográfico sendo sempre mitigadas. Objetivamos buscar caminhos para promover mudanças, questionar nossa história e ressignificar saberes. Concordamos com Paulo Freire quando este afirma que “mudar o mundo é tão difícil quanto possível”. (Freire, 2000, p. 20). Para tanto, nos propomos a fazer a nossa parte, dar nossa contribuição para mudar o mundo. Criamos um produto de divulgação científica composto por 80 cartões com pensamentos e questões problematizadoras que possam ser trabalhados em ambientes formais e não formais, isto é, em salas de aulas ou em outros espaços, como museus e casas de cultura.