Por que postamos sobre História Antiga? Uma análise do Twitter (2017 a 2024)

Palavras-chave

História Antiga, Twitter, Redes Sociais, Repertórios Discursivos, Consciência Histórica, Allelopoiesis.

Resumo Científico

Este estudo investigou por que as pessoas postam sobre História Antiga no Twitter, buscando compreender o uso de repertórios discursivos do passado em discussões contemporâneas e como isso impacta a formação da consciência histórica. O objetivo geral foi analisar as motivações por trás das postagens e os repertórios discursivos utilizados, com o objetivo específico de identificar temas e padrões nessas postagens, utilizando-as como um diagnóstico para o ensino de História. Para identificar os repertórios, utilizamos o conceito de allelopoiesis, advindo de um neologismo composto por allelon (mútuo, recíproco) e por poiesis (criação, geração). São eles: i. crítica a governantes ou personalidades políticas; ii. decadência civilizacional; iii. decadência da masculinidade; iv. decadência racial; v. democracia x autoritarismo; vi. decadência da feminilidade; vii. anticomunismo; viii. sexualidade; ix. nostalgia; e x. religião. A pesquisa se deu em duas etapas: uma análise de "nuvens de palavras" geradas por alunos e uma imersão etnográfica no Twitter, com a criação de um perfil para interagir com outros usuários. Os resultados revelaram a influência de interpretações orientalistas e da noção de "cultura ocidental" nas postagens sobre História Antiga, e identificaram dez repertórios discursivos que refletem diferentes "consciências históricas". Conclui-se que a História Antiga se faz presente no debate público contemporâneo de formas diversas, expressando visões de mundo e construindo identidades. A pesquisa contribui para o ensino de História ao revelar como o passado é utilizado no presente e como as mídias sociais influenciam a formação da "consciência histórica" dos alunos.