fotografia, escrita, espaço.
O espaço físico envolve a dimensão simbólica e emocional, ou seja, sentidos, emoções e vivências associadas a processos históricos de indivíduos. Dentre as ferramentas utilizadas no registro e compreensão dos transcursos, a fotografia é uma delas. Além de apresentar questões estéticas, também pode apontar mudanças associadas aos espaços e aos indivíduos. Assim, este trabalho visa a analisar a fotografia como auxiliar no registro e entendimento da alteração do espaço urbano pelo agente humano, em Bento Gonçalves-RS. Para isso, fizemos leituras teóricas e pesquisas sobre o modo como áreas naturais compartilham espaço com elementos urbanos em alguns locais, fotografamos os lugares, selecionamos e analisamos 20 imagens que mapeiam duas situações: a natureza compartilhando espaço com elementos urbanos em expansão; disputando espaço com esses elementos. No primeiro caso, temos uma relação complementar e, no segundo, competitiva, por interferência humana. Todas as fotos podem ser lidas do ponto de vista estético, ou seja, da organização dos elementos, e, também, pela ótica da modificação (por necessidade ou não) do espaço natural pelo homem. Os resultados mostram que, apesar da cidade em questão ter várias áreas verdes, há a necessidade de ações preservativas para evitar desastres ambientais. Durante a tomada fotográfica, observamos a relação entre o urbano e o natural. Por fim, através dos aspectos fotográficos (ângulo, enquadramento, composição etc), foi possível refletir sobre o equilíbrio e, também, a competitividade entre desenvolvimento humano e preservação ambiental no meio urbano. Além disso, é perceptível que a linguagem fotográfica direciona o olhar à imagem registrada e conduz a interpretações diversas, chamando a atenção à modificação do espaço por meio do ângulo e foco. Nessa perspectiva, a fotografia torna-se essencial, pois ajuda a mostrar danos ao meio ambiente, auxiliando na conscientização ambiental e incentivo ao equilíbrio entre o natural e o urbano.