Sertão sergipano, Palma forrageira, Couro biodegradável
O Brasil tem relevância na produção da indústria coureira, encontrando-se entre os 5 maiores produtores de couro no mundo, gerando benefícios socioeconômicos. Entretanto, aspectos ambientais precisam de atenção. O crescimento industrial é essencial para o desenvolvimento econômico. Contudo, os resíduos dessa indústria são um problema a ser tratado, tendo em vista que contaminam o solo, ar e água. Medidas mitigadoras são adotadas para minimizar esses impactos ambientais e à saúde humana. A palma forrageira é um recurso estratégico para as regiões áridas do Nordeste brasileiro, suportando períodos de estiagem. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de palmas forrageiras e tem potencial para desenvolver produtos à base dessa planta. Tão logo, esse trabalho visa desenvolver um couro biodegradável utilizando a palma forrageira encontrada no sertão sergipano, produzindo também essências e corantes a base de componentes naturais locais. O estudo iniciou-se com pesquisas bibliográficas sobre as características e propriedades da palma, transformando o conhecimento popular em ciência com aplicações úteis. O método de execução do material inclui a coleta da planta, extração das fibras e homogenização das fibras com resina natural. Os testes foram realizados buscando eficiência, segurança e baixo custo. O couro produzido é 100% orgânico, de fácil produção caseira e não prejudica o meio ambiente, nem na fabricação, nem no descarte. Após analisar as propriedades das fibras da palma, comprovou-se que elas possuem a resistência necessária. O biocouro demonstrou facilidade de tingimento e fixação de essências, com aplicação em peças do cotidiano como bolsas, jaquetas e carteiras. O projeto oferece uma solução viável, atendendo a demandas regionais e globais. Além disso, possui relevância ambiental, social, econômica e científica, com potencial para gerar trabalho e renda na comunidade, contribuindo para quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.