Pigmentos, Corantes, Extração.
O objetivo deste projeto consistiu na extração de pigmentos de sobras de alimentos, como cascas de legumes, para produção e teste de corantes em papel. Visualizamos nesses materiais a oportunidade de obtenção de uma matéria-prima sustentável. Assim, este projeto foi desenvolvido nas aulas de Química do Colégio Inovar, localizado no município de Toritama-PE. O colégio está situado no Polo Têxtil do Agreste Pernambucano, que se destaca pela expressiva produção de jeans. A região ainda inclui os municípios de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe que necessitam dos corantes para tingir as peças. Diante desse contexto, reunimos os seguintes alimentos: cenoura, limão, tapioca, hibisco, repolho roxo e batata-doce roxa. A partir deles, foi conduzida a extração dos pigmentos, utilizando água e álcool para verificar a viabilidade dessa extração. Da cenoura e do limão obtivemos o pigmento laranja/amarelo devido à presença de carotenoides, como o beta-caroteno e a luteína, que conferem a coloração laranja e amarela. A tapioca produziu a cor branca devido à presença de amido. Os demais alimentos, como a batata, o repolho e o hibisco obtivemos a coloração roxa, devido à presença de antocianinas. Além disso, como a antocianina é um importante indicador ácido-base, foi possível obter novas cores com a adição de bicarbonato de sódio e vinagre: a cor vermelha devido a acidez do vinagre ao entrar em contato com os extratos do repolho e do hibisco e a coloração azul por conta da basicidade do bicarbonato nos mesmos extratos. Após isso, testamos todos os corantes obtidos em papel e foi possível observar que, pela extração ter gerado uma solução diluída por conta da adição de água e álcool, a fixação não foi adequada neste material. Esses resultados indicaram a necessidade de pesquisar componentes adicionais para que o extrato obtido seja mais concentrado e permita a fixação esperada.