Migração, religiosidade, preconceito.
O processo de migração para a cidade de Leme (SP) durante os anos das décadas de 1970 e 1980 (século XX) para abastecer com mão-de-obra a economia agrícola fez crescer entre os cidadãos lemense o preconceito ao nordestino. Isso ocasionou que o nordestino passou a ser o responsável pelos problemas (criminalidade, desemprego, educação de baixa qualidade, serviço de saúde precário) que a cidade tem apresentado. A polêmica foi reacendida com a entronização da estátua do padre Cícero. A presença de nordestinos e seus descendentes é enorme entre a população da cidade. Como muitos nordestinos têm a crença na figura do Padim Ciço, acabaram recebendo da administração pública municipal como presente a estátua do “santo”. Esse fato causou muita controvérsia entre a população local. Por que a estátua de Padre Cícero e não de um santo católico? Afinal, Padre Cícero foi proibido pela Igreja Católica de exercer a função de clérigo. Mas agora a Igreja Católica está em processo de reabilitação de Cícero e postula até sua canonização como santo. E como fica agora? Será que o preconceito vai permanecer mesmo sendo considerado um santo pela Igreja Católica. Assim houve uma pesquisa com pessoas ligadas a Igreja Católica vai verificar as opiniões sobre a atual situação de Padre Cícero entre os cristãos da cidade. A pesquisa foi direcionada para pessoas católicas para justamente verificar suas opiniões sobre as mudanças de rumo em relação ao que o padre representou na história e o que é atualmente, ou seja, sendo recuperado para combater o avanço das igrejas evangélicas no nordeste.