Gênero; Educação; Maternidade e Ciência; Universidade
A mulher vem conquistando e ocupando novas posições na sociedade. Apesar dos avanços, tais conquistas acontecem dentro de um sistema social que ainda privilegia os homens em determinados papeis sociais e os desresponsabilizam de outros. Assim, é desafiador para as mulheres conseguirem seguir com estudo e/ou trabalho, pois acumulam as funções que lhes são socialmente incumbidas, como cuidados com filhos, casa e pessoas adoentadas. Isso tem um impacto importante na construção das carreiras. Estudos mostram que as mulheres são maioria ao ingressar na universidade e esse número decai durante a progressão das carreiras acadêmicas e científicas. Entre os vários motivos para que isso aconteça destaca-se a maternidade. Essa pesquisa visa compreender a maternidade na universidade a partir das percepções das discentes da Faculdade de Educação - FaE da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG. Para tanto, uma das ferramentas utilizadas foi a aplicação de questionário online. Aqui nosso recorte é sobre as percepções das estudantes de Pedagogia, sendo que obtivemos 124 respostas desse público. A análise parcial dos resultados mostra que a maioria das participantes são mulheres cis, heterossexuais, negras, ganham de 1 a 3 salários mínimos e não possuem deficiência. Observou-se que 19% possuem bolsas de estudos, sendo 13 de ensino, 8 de extensão e 3 de pesquisa. Notamos que 51% das estudantes são mães e, dessas, 25% se consideram mães solos. Foram sugeridas no questionário algumas medidas de apoio à maternidade para serem julgar como relevantes (projetos que envolvam crianças, creche, sala de amamentação, fraldário, regime de estudos especiais, auxílio creche, licença maternidade). Predominou a opinião de que essas medidas são muitíssimo importantes. Isso mostra que as discentes da FaE são sensíveis às questões relacionadas à maternidade e que esta deve ser uma relevante pauta universitária.