Manipueira, biofertilizante, casas farinha
O Agreste Meridional de Pernambuco é marcado pela cultura da mandioca, sendo esta utilizada para fabricação da farinha de mesa. Contudo, dentre os resíduos advindos do processamento, destaca-se a manipueira, um efluente líquido de pH ácido e com elevado potencial poluidor. Todavia, a manipueira é rica em vários nutrientes, podendo ser utilizada para a produção de um biofertilizante alternativo aos fertilizantes agroindustriais, sendo este um dos principais objetivos de nossa pesquisa. O trabalho foi apoiado pela Fundação de Amparo à Ciência e a Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), com desenvolvimento no Clube de Ciências Escolar. A coleta da manipueira ocorreu em casa de farinha de Garanhuns-PE e o esterco bovino foi cedido pela Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE). Realizou-se a medição do pH da manipueira (4,05), do esterco bovino in natura (6,0) e do esterco bovino maturado a 8 meses (5,0), com posterior fabricação do adubo de solo e foliar, além de grupos controle. Após 4 semanas observando a evolução do pH dos biofertilizantes, utilizou-se cada garrafa de solução para cultivo de Coriandrum sativum, o coentro-comum, em vasos com 250g de solo, com fertirrigação de 100ml do biofertilizante de solo. Após a germinação de outro grupo distinto de sementes, realizou-se a borrifação do biofertilizante foliar. A observação consistiu na medição do pH do solo e na análise da germinação. O pH do biofertilizante de solo mostrou-se promissor quando observados ainda nas garrafas, não sustentando tais resultados durante a aplicação no C. sativum. A exceção aconteceu com o biofertilizante construído usando o esterco in natura, que pontuou um pH próximo de 6,0, que é o ideal para cultivar coentro-comum. Houve resultados promissores, com um crescimento considerável dos espécimes em relação ao grupo controle, do biofertilizante foliar feito com esterco maturado. Os dados reiteram a possibilidade da manipueira ser utilizada para síntese de um adubo foliar.