A indígena mulher na literatura brasileira: Da invisibilidade ao seu recente protagonismo

2023-571.maisO presente trabalho de pesquisa está sendo desenvolvido no Mestrado em Educação e Formação Humana da Universidade do Estado de Minas Gerais e trata da literatura produzida pelas mulheres indígenas no Brasil. Busca contextualizar a produção dessas mulheres, mapear o cenário em que essas narrativas têm circulado e seu papel na revitalização de suas memórias e tradições culturais. 
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Belo Horizonte/MG
Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
Linguística, Letras e Artes
Pôster CientíficoRelatório

Palavras-chave

Literatura indígena, mulher indígena, Lei nº 11.645/08

Resumo Científico

O presente trabalho de pesquisa está sendo desenvolvido no Mestrado em Educação e Formação Humana da Universidade do Estado de Minas Gerais e trata da literatura produzida pelas mulheres indígenas no Brasil. Busca contextualizar a produção dessas mulheres, mapear o cenário em que essas narrativas têm circulado e seu papel na revitalização de suas memórias e tradições culturais. É preciso discutir o papel dessas obras para ressignificar a história do Brasil e valorizar as culturas indígenas em toda a sua diversidade. Buscamos compreender como a narrativa das escritoras indígenas reverbera na sociedade atualmente, confrontando com os discursos estereotipados criados sobre elas ao longo da história do Brasil. O exame dessas obras legitima a existência dessas escritoras como protagonistas de sua própria história. É preciso dar espaço para discutir suas narrativas, uma das formas é colocando em prática o que diz a Lei n° 11.645/2008 e estender essa prática aos cursos que formam professores, para se alcançar mudanças na prática escolar. O contato com a produção literária dos povos nativos pode modificar a visão dos indígenas como figuras e referências do passado nos livros didáticos para mostrá-los como agentes vivos de transformação social. Outro aspecto a ser levado em consideração é que estabelecem profundo vínculo com a oralidade, característica que tem valor relativizado pela crítica tradicional, relegando a essas obras pouco destaque e espaço nas discussões. Debater os motivos que levam ao pouco espaço destinado a tais obras dentro das escolas regulares se faz necessário para quebrarmos o paradigma de que existe uma cultura superior a outra. É necessário possibilitar que outros conhecimentos estejam no currículo escolar, contemplando diversos olhares sobre o mundo e questionando as estruturas que constroem o mito de que a ciência moderna ocidental é a única que tem legitimidade.