Alzheimer. Linguagem Artístico-Musical. Idosos.
Com o aumento da longevidade, nota-se que se elevou o número de indivíduos diagnosticados com a Doença de Alzheimer (DA), condição neurodegenerativa que origina deficiências linguísticas, mentais e sociais às pessoas. Em vistas, ainda, aos medicamentos não disponibilizados a toda sociedade, urge a viabilização de medidas que contribuam com o tratamento. A pesquisa objetiva aplicar a linguagem artístico-musical, com finalidade terapêutica, em pacientes com a condição patológica de Alzheimer, estabelecendo uma relação entre as Ciências da Saúde e a Linguística Aplicada. Para isso, busca-se, especificamente, (i) analisar as propriedades inerentes aos recursos musicais viabilizadoras de sua utilização no tratamento das consequências da doença; ii) desenvolver e observar a prática com os 6 idosos residentes do Abrigo Nosso Lar de Vitória da Conquista, na Bahia; e iii) mapear e categorizar as ressonâncias proporcionadas pelo emprego da música no tratamento de um indivíduo que possua a enfermidade. Os dados serão gerados pela aplicação da música com o viés voltado à promoção de bem-estar, pelo pesquisador, e registrados por gravações audiovisuais, questionários e entrevistas. A metodologia, pois, é qualitativa e de cunho etnográfico. O locus da pesquisa é o Abrigo Nosso Lar, instituição em Vitória da Conquista que oferece assistência a idosos, onde residem 43 indivíduos e trabalham 44 funcionários, dos quais 13 participarão do estudo, desses, 6 se tratam dos idosos residentes diagnosticados com a patologia que serão receptores da prática desempenhada, enquanto os outros 7 são profissionais que oferecem assistência no local. Os resultados parciais se pautam na facilidade de negociação com o locus, fato revelador da necessidade de uma intervenção nesse cenário. Concluiu-se que a música, como recurso pertencente ao cotidiano das civilizações, pode ser empregada efetivamente como um recurso terapêutico no Alzheimer, promovendo bem-estar e melhorias no âmbito da comunicação.