A INFLUÊNCIA DAS ANIMAÇÕES SOBRE O QUE É E QUEM FAZ CIÊNCIA
2023-1032.jovemEsta pesquisa, conduzida por um estudante do ensino médio e orientada por sua professora, investiga os estereótipos presentes nas personagens cientistas em filmes de animação e a falta de comprometimento dessas animações em retratar a ciência de forma precisa. Uma abordagem crítica e inovadora para compreender como a mídia influencia nossa percepção da ciência e de seus profissionais.
Palavras-chave
filme, animação, cientista, estereótipo
Resumo Científico
Uma das primeiras e principais formas de entretenimento às quais as crianças têm acesso são os filmes de animação. Esta forma cinematográfica possui um potencial educacional, pois é uma rica fonte de informação, aprendizado e influência para esse público. Entretanto, muitas vezes os filmes estão repletos de estereótipos, principalmente quando se trata do papel de um cientista, o qual frequentemente é retratado como um homem branco de jaleco e idade avançada. Ademais, constantemente esses filmes não se comprometem a abordar a ciência com a devida seriedade nem a refletir eventos verídicos. Assim, esta pesquisa busca analisar quantos filmes de animação lançados entre 2010 e 2020, abordam o tema ciência, com o intuito de compreender como isso pode impactar na escolha profissional das futuras gerações e no aprendizado de ciências da natureza. Desse modo, foram digitalizadas todas as sinopses e enredos catalogados no site IMDb como filmes de animação, com a finalidade de identificar aqueles com temas científicos e personagens cientistas. Para isso, foram buscadas as palavras-chave ciência, cientista, laboratório, experimento, pesquisa, química, física, biologia, invenção, entre outras, incluindo suas traduções para o inglês. Dessa maneira, ao todo foram lançados 3246 filmes de animação, dos quais apenas 208 possuem alguma das palavras-chave. O termo “search” foi a mais recorrente nas sinopses, aparecendo em 102 filmes, seguida da palavra “invent” (47 filmes) e por “science” (41 filmes). Porém, nenhuma dessas animações é uma produção brasileira, o que dificulta o uso dessa metodologia como ferramenta didática, tendo em vista a exigência da lei n°13.006 de 2014, que obriga que todas as escolas de educação básica exibam duas horas de cinema nacional por mês. Consequentemente, apesar de ser uma abordagem de aprendizado valiosa, ainda persistem diversos obstáculos para a efetiva transformação dessa metodologia como ferramenta de alfabetização científica em sala de aula.