feminino, literatura brasileira, livros didáticos de língua portuguesa
Este estudo visa a uma análise aprofundada sobre a presença das mulheres nos livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio, adotados pela Escola Estadual Luiz Salgado Lima, de Leopoldina/MG, a fim de se compreender melhor como a representação feminina tem sido abordada no contexto educacional brasileiro. Além disso, busca investigar como as mulheres pertencentes a grupos marginalizados - negras, quilombolas, residentes de comunidades ribeirinhas, indígenas e comunidade LGBTQIAPN+ -, não recebem o reconhecimento e a representação merecidos nesses materiais educacionais. A partir do estudo de algumas legislações, como LDB, DCNs e CBC de Minas Gerais e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, e de autores que estudam feminino e educação, como Regina Dalcastagnè, Angela Davis, bell hooks, Judith Butler, Vera Iaconelli, dentre outros, tem-se como objetivo refletir sobre quem é a mulher dos textos literários estudados nos livros didáticos em questão, entender como (e se) o feminino historicamente marginalizado é objeto de estudo, refletir sobre a mulher autora que tem seu texto publicado no espaço pesquisado e pesquisar quais são os principais temas abordados. Até o momento, foram realizadas pesquisas quantitativas nos livros didáticos em vigência na instituição, bem como no Scielo e Banco de Teses e Dissertações das universidades brasileiras. Os resultados preliminares já mostraram que a representação feminina é insuficiente, o que pode perpetuar a invisibilidade da mulher na sociedade brasileira. Acredita-se que esse cenário tem impactos significativos na autoestima das meninas e mulheres, que podem se sentir desvalorizadas e desencorajadas a seguir carreiras em áreas consideradas apenas do homem, como a literatura, eminentemente branca, masculina, cisgênero e da classe média alta brasileira.