“Pequenos delitos“, corrupção, interferência.
Este trabalho tem como tema a interferência de “pequenos” delitos sociais, banalizados e admitidos socialmente, no cenário político brasileiro, o qual, por sua vez, é historicamente marcado por escândalos de corrupção, tal como a Operação Lava Jato. Apresenta como objetivo geral da pesquisa verificar como práticas corruptas enraizadas na sociedade brasileira interferem no cenário político atual. Especificamente, busca identificar práticas corruptas camufladas no cotidiano brasileiro, reconhecer práticas corruptas socioculturais presentes desde o processo de formação luso-brasileiro, relacionar comportamentos corruptos no cenário microssocial com os praticados no âmbito macrossocial e demonstrar a percepção social acerca de comportamentos corruptos. A metodologia empregada no trabalho é de caráter exploratório, descritivo e explicativo, bem como de abordagem quali-quantitativa. Convém ressaltar que, como a pesquisa envolve seres humanos, o trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, obtendo parecer favorável à realização da pesquisa em 30 de junho de 2023, sob o CAAE: 70205623.4.0000.5431. Em seguida, foram aplicados questionários, via Google Forms, a pessoas acima de 14 anos que estão atualmente cursando o Ensino Médio, visando a indagar dos participantes uma série de questões relacionadas a práticas corruptas, a conhecimento acerca da temática da corrupção, a aptidão para o exercício da cidadania, a deveres sociais. A partir dos resultados, verificou-se que alguns atos considerados desonestos, praticados no meio social, são dificilmente identificados como corruptos se comparados a outros de grande escala; ademais, constatou-se que, na maioria das ocasiões, as pessoas costumam praticar tais atos. Concluiu-se que a falta de um entendimento mais amplo do fenômeno da corrupção gera o seu enraizamento na cultura brasileira.