Biofiltro, Taboa
No Brasil, o consumo de óleos é de cerca de três bilhões de litros ao ano e estima-se que nem 10% do montante utilizado passa pelo processo de reciclagem e deste modo, cerca de 700 milhões de litros são lançados anualmente no meio ambiente sem nenhum controle ou cuidado paliativo . O presente projeto busca produzir e avaliar a funcionalidade de um biofiltro à base da fibra da Taboa (Typha domingensis) para fins de adsorção de óleos lançados em pias residenciais. Para atingir os objetivos, foram realizados testes comparativos com dois materiais hidrofóbicos e oleofílicos: fibras dos frutos de Paina (ceiba pentandra) e de Taboa, buscando evidenciar a eficiência adsorvente de ambos os materiais. Nos testes, os resultados apontaram que o biofiltro à base de taboa apresenta maior eficiência que o biofiltro produzido com a paina. Nos experimentos finais foram derramados sobre os biofiltros de Taboa (com o limão), 200ml de água e 50ml de óleo (média que uma família usa por dia no Brasil) e ao final observou-se a retenção de 40 ml de óleo, apresentando uma eficiência de 80% de adsorção, o que já é bastante positivo, considerando que haveria uma redução significativa no lançamento de óleos residuais nos corpos hídricos. No último teste, utilizando apenas a taboa sem limão, observou-se uma eficiência de 99,5%, ou seja, apenas passaram 5 gotas de óleo. Nas próximas etapas da pesquisa, planeja-se aplicar o biofiltro de Taboa em 10 residências visando acompanhar seu desempenho e funcionalidade em situação real. Acredita-se que o biofiltro de óleo à base de Taboa seja uma alternativa sustentável de fácil manuseio e aplicação e de baixo custo, visando reduzir consideravelmente problemas socioambientais de tamanha gravidade como é o caso do descarte indevido de óleo sobre o sistema de esgotos e, especialmente nos corpos hídricos. Destaca-se por fim, que esta pesquisa é inovadora, ecológica, prática, acessível e viável.