Biodigestão anaeróbica da manipueira: regulação do pH e produção de biogás a partir de biodigestores-teste

2022-250.jovemO projeto foi desenvolvido com o apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), proporcionou visitas técnicas em casas de farinha da região do Agreste Meridional de Pernambuco. Durante as visitas encontramos um problema: o descarte indevido da manipueira, um agente poluidor do solo oriundo da prensagem da mandioca para fabricação de farinha de mesa. Dessa forma, buscamos o reaploveitamento desse efluente para produção de biogás usando biodigestores-teste.
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Garanhuns/PE
Escola Técnica Estadual Ariano Vilar Suassuna
Ciências Exatas e da Terra
Pôster CientíficoRelatório

Palavras-chave

manipueira, biodigestor, casas farinha.

Resumo Científico

A manipueira é uma substância líquida, de pH ácido e com potencial poluidor. Ela é obtida a partir do processamento da mandioca em casas de farinha, que costumam descartar este resíduo de forma indevida no ambiente. Apesar disso, a manipueira possui elevado potencial energético, sobretudo se utilizado o processo de biodigestão anaeróbica, através de biodigestores, para produção de biogás que possa ser usado de maneira similar ao gás de cozinha. Todavia, o pH inicial desse efluente (4,23) não oportuniza o desenvolvimento de bactérias anaeróbicas necessárias para a sua decomposição, que necessitam de pH entre 6,5 e 8,0 para se desenvolver. Diante deste fato, o objetivo principal do trabalho foi observar a combinação da manipueira com outros materiais de forma que possibilitasse a regulação de seu pH e a produção de biogás. Para elevar o pH da manipueira foram utilizados bicarbonato de sódio (NaHCO₃) e o esterco bovino (EB). Inicialmente foi necessária a construção de três biodigestores-teste (GC, GE1 e GE2), utilizando três garrafas pet de 1,5 L. A montagem foi realizada instalando, na tampa de cada garrafa, uma mangueira de borracha com uma bexiga na outra extremidade. No GC (Grupo Controle) foi depositado 750mL de manipueira; no GE1 foi depositado 750mL de manipueira e 15g de NaHCO₃; no GE2 foi colocado 750mL de manipueira e 100g de EB. Após 12 dias, foi observado que os biodigestores-teste GE1 e GE2 produziram gás como previsto, não sendo este inflamável. Porém, por falta de equipamentos, não foi possível concluir se havia presença de metano. Contudo, foi observado que o GE1 (pH 5,02) e o GE2 (pH 6,99) tiveram seus pHs elevados, mas apenas o primeiro alcançou a zona ótima de proliferação bacteriana necessária. O GE (3,87) sofreu um processo de acidificação. Os resultados indicam que o bicarbonato de sódio, combinado ao esterco bovino, parece ser promissor na construção de uma zona de proliferação adequada, fazendo-se necessário mais estudos para aprofundamento.