amigos, universitários, feminejo.
Nosso estudo fez uma análise comparativa entre as duas últimas fases da música sertaneja, a romântica, situada nos anos 1990, e a universitária, situada nos anos 2000. A metodologia empregada foi a análise comparativa de caráter qualitativo, conectando a trajetória de artistas do gênero ao contexto político e socioeconômico do país, considerando os dois períodos. Da fase romântica, selecionamos os “Amigos”: Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo e Chitãozinho & Xororó. Seletamos ainda a cantora Roberta Miranda. Da fase universitária, analisamos as obras das duplas Zé Neto & Cristiano, Jorge & Mateus, Henrique & Juliano e as “Patroas”(Maiara & Maraísa e Marília Mendonça). Em seguida, estruturamos o relatório em 4 partes: 1) situamos o panorama político e social da fase romântica e a trajetória dos artistas da época; 2) apresentamos como ocorreu o processo de mercantilização do sertanejo universitário e expomos o surgimento da fase e a vida dos cantores; 3) analisamos e categorizamos os discursos recorrentes nas obras; 4) discutimos a presença feminina na música sertaneja universitária e questionamos o posicionamento do feminejo acerca do empoderamento de mulheres. Como resultado, notamos que a atualização da fase romântica para universitária ocorreu em consonância à expansão das universidades pelo país, sendo marcada pela reestruturação da indústria fonográfica. Destacamos ainda que, assim como no fase romântica, as obras universitárias são centradas nas relações amorosas, porém o ambiente onde a narrativa se passa mudou do campo para a cidade, acompanhando o avanço da urbanização no país. Nesse viés, as mulheres conquistaram destaque no gênero. Conectamos os dados resultantes da investigação ao contexto político e socioeconômico do Brasil, com base nas obras de autores como Zygmunt Bauman e Theodor Adorno. Assim, concluímos que a atualização da música sertaneja assegurou que o estilo se consagrasse como uma paixão nacional, atraindo principalmente os jovens.